sábado, 25 de setembro de 2010

Deus Não é Surdo

O circo está armado. Os leões vigiam a caixinha de dinheiro no altar. Na platéia, o povo da fé inabalável solta urros indecifráveis. E em Mimoso do Sul mais um bairro sofre com a síndrome do “Xô, Satanás!”.

O que entendo de religião é o mesmo que sei de números binários: nada! Sobre o assunto, li uns três ou quatro livros, mas cada um puxando o terço, o santo e a bíblia pro seu lado.

E sem puxar farinha para lado algum, só procuro entender porque preciso puxar o fone de ouvido durante as reuniões de certas igrejas Pentecostais. Como é estressante conviver, todos os dias, com escândalos noturnos, ininterruptamente, das 19h00 às 21h30.

Mas se de religião entendo pouco, de Direitos Humanos entendo bem, e afirmo que todo indivíduo tem direito à tranquilidade, principalmente no lar, o que não acontece dentro das residências de alguns bairros de Mimoso, que convivem com os berros dos fiéis.

Geralmente, a rotina lá em casa é algo normal: meu pai faz do controle remoto, a distração; minha mãe, de suas agulhas de tricô, o divertimento artesanal; meu irmão, da caneta e caderno, o sossego; e eu, do notebook, o meu emprego.

E tudo funciona assim, até que chega o momento em que começam os berros e... Papai utiliza o controle remoto para abaixar o tom da voz dos “irmãos”; minha mãe pensa em furar os tímpanos com a agulha de tricô; Henrique escreve cartazes com os dizeres “Deus não é surdo!” e eu bem queria que a tecla do computador interrompesse a gritaria descomunal do pastor.

Assim, nos resguardamos apreensivos... Seria tolice confessar uma curiosidade? Para onde vai o “bicho ruim” que eles mandam sumir? Espero que o “monstrengo” não queira passear nos jardins “silenciosos” de minha casa...

Na apreensão, também viramos personagens desse teatro onde ler um livro ou assistir TV é algo fora de cogitação.

E a história sem solução vai se arrastando do jeito que a demora convém, Deus não é surdo! Deus ouve muito bem! E em silêncio eu respondo: AMÉM!

sábado, 18 de setembro de 2010

Tô Vendendo o Meu Voto

Tô vendendo o meu voto

Quem quer comprar?

Tô fora desse papo escroto

De que o Brasil vai melhorar


Onde tá a fatia do bolo

Que eu quero experimentar?

Não sou mais aquele tolo

Que vivia a acreditar


O papo eleitoreiro

É que nem pescaria

O político “fisga” o “companheiro”

E dá umas minhocas como garantia


Já ganhei gasolina

Notas de cinqüenta e de cem

Já plotei carro e o enchi de menina

E nesses dias eu não sou um “Zé Ninguém”


Eleição tem mesmo dessas glórias

Políticos chorando contam suas histórias

Mas o povo, ta é mesmo calejado

E fala mentalmente: tudo um bando de safado!


E na hora “H” nem sei em quem votar

É tanto número para memorizar

Vou pra minha urna bem devargazinho

Quem sabe um político molhe a minha mão mais um pouquinho!?


Ah! Sim, senhor! Quem te disse que sou honesto?

Assim como a maioria dos políticos

EU TAMBÉM NÃO PRESTO


Eu levo santinho, levo colinha na mão

Viro delegado de partido

Brigo na rua, caio no chão


Que feio! O coitado apanhou do outro lado

Eu tava no meio

Dei de cara com a polícia e fui algemado


Fui solto na mesma hora

Dei um jeito de escapar

A verdade é que até agora

Não consegui votar


Pra presidente do Brasil, o trem da complicado

Tem uma moça do partido verde que não dá resultado

Tem um cara do nome esquisito e que rima com mel

Um tal de Ey Ey Ey Ey Ey Ey Ey Mael


Tem um menos pior, cara dos Simpsons e carequinha

Uma mistura de Drauzio Varella com fantasminha

Nesse até que levo fé

Pelo menos ele não tem quadrilha

E tem mais experiência que aquela mulher


E a tal da Dilma, mas que coisa louca

Envolvida em quadrilha, a maior cara de doida

Não acredito que o povo vai cair nessa mais uma vez

È a clone do Lula tirando sarro com a cara de vocês!


E vamos aos nossos capixabas

Políticos do Espírito Santo

Que não são bobos, muito menos santos


Pra federal tem um que morreu e esqueceu de enterrar

Tem aquele que vem de helicóptero pra se exibir

Tem um que canta de galo e vive a ciscar


Pra deputado estadual é uma confusão

Cada hora que olho pra baixo tem santinho no chão

Vem de fora, vem de baixo, vem do alto, vem de dentro

Eu já não agüento um monte de carro barulhento


Luzia diz que é da terra, daqui, de cá, de todo lugar

E quando sobe no palanque o povo começa a vaiar

Afinal, o que foi mesmo que ela trouxe pra cá?


Ferraço levou fumo em Cachoeiro

Mas já conseguiu muita coisa pra Mimoso

E é amigo do nosso vice prefeito

E tem um jeitão todo carinhoso


Elcinho é daqui, é da “aldeia”, é da hora

E pede que não valorizemos o que vem de fora

E aí?! Eu sou da terra, vai me valorizar agora

Ou chamar um profissional de fora?


Já decidi e comigo ninguém brinca

Enquanto um monte de político cisca

O meu voto vai pro Tiririca


De palhaço por palhaço

Prefiro um profissional

E não esses engravatados

Que de quatro em quatro anos

Fazem de nossa vida um embornal


É Tiririca pra deputado federal !!!