Tia Bebel se arrumava,
dava um retoque em seu rosto de boneca,
mirava-se no espelho, penteava o cabelo.
Será que ia à festa?
Uma vida em cinqüenta anos,
sempre sorrisos e muitos planos.
A tatuagem de escorpião na canela
ficou apenas no sonho.
Contemplava o morro Itabira da janela
cantarolando o Rei Roberto: “eu te proponho”.
Sorriso aberto, dentes brancos e escancarados,
mas se o mal humor chegasse, logo eles seriam fechados.
Voz alta, presença alegre e constante.
Se era caprichosa? Perguntem a sua estante.
Sabonetes glicerinados produzidos por suas mãos.
Pintar quadros era mais uma de sua distração.
Reunia a família, agregava sentimentos.
Sentia saudades das filhas que moram tão longe.
Que lamento!
Poetisa num simples diário,
amante do Recanto das Letras.
O que seria de mim se ela não existisse?
Eu mesma respondo: apenas um livro sem letra!
A casa imensa,
o coração maior ainda,
na frente do papel ela pensa
e a noite estrelada se finda.
Amanhã ela vai partir
e lágrimas vai deixar.
Amanhã, nosso mundo vai cair,
mas o céu vai comemorar.
Hoje, ela sobre, com preguiça, a escada da casa,
amanhã, subirá aos céus, na companhia de uma asa.
À noite, pega o terço e reza...
Por que ir embora tão depressa?
Ela acorda e segue viagem...
Vai não, tia! Pare de bobagem...
Fica mais um pouco!
Vamos para a casa da vovó?
Não. Eu prometi me encontrar com a lua,
Não posso deixá-la tão só!
Oh! Tia Bebel, mas como é teimosa!
Que dia faremos a nossa poesia e prosa?
E a crônica? Quando vai pintar os quadros das meninas?
E o fogão à lenha na roça? O quentão para a Festa Junina?
Renata, garota ansiosa! Tira essa revolta do coração,
cadê sua crença espiritual de que nos veremos noutra dimensão?
Ah! Vê se não me desaponte mais,
trabalhe bastante e não chore mais.
Onde já se viu uma italiana
entregar os pontos e pensar para trás?
Leia meus versos, sinta meu cheiro,
saiba que sinto falta da família,
dos amigos, do macarrão do papai e da mamãe...
Hum! O amor é o verdadeiro tempero.
Agora tenho mesmo que ir, prometi não demorar,
pois lá encima uma linda harpa espera:
a minha voz, o meu sorriso, o meu cantar!
dava um retoque em seu rosto de boneca,
mirava-se no espelho, penteava o cabelo.
Será que ia à festa?
Uma vida em cinqüenta anos,
sempre sorrisos e muitos planos.
A tatuagem de escorpião na canela
ficou apenas no sonho.
Contemplava o morro Itabira da janela
cantarolando o Rei Roberto: “eu te proponho”.
Sorriso aberto, dentes brancos e escancarados,
mas se o mal humor chegasse, logo eles seriam fechados.
Voz alta, presença alegre e constante.
Se era caprichosa? Perguntem a sua estante.
Sabonetes glicerinados produzidos por suas mãos.
Pintar quadros era mais uma de sua distração.
Reunia a família, agregava sentimentos.
Sentia saudades das filhas que moram tão longe.
Que lamento!
Poetisa num simples diário,
amante do Recanto das Letras.
O que seria de mim se ela não existisse?
Eu mesma respondo: apenas um livro sem letra!
A casa imensa,
o coração maior ainda,
na frente do papel ela pensa
e a noite estrelada se finda.
Amanhã ela vai partir
e lágrimas vai deixar.
Amanhã, nosso mundo vai cair,
mas o céu vai comemorar.
Hoje, ela sobre, com preguiça, a escada da casa,
amanhã, subirá aos céus, na companhia de uma asa.
À noite, pega o terço e reza...
Por que ir embora tão depressa?
Ela acorda e segue viagem...
Vai não, tia! Pare de bobagem...
Fica mais um pouco!
Vamos para a casa da vovó?
Não. Eu prometi me encontrar com a lua,
Não posso deixá-la tão só!
Oh! Tia Bebel, mas como é teimosa!
Que dia faremos a nossa poesia e prosa?
E a crônica? Quando vai pintar os quadros das meninas?
E o fogão à lenha na roça? O quentão para a Festa Junina?
Renata, garota ansiosa! Tira essa revolta do coração,
cadê sua crença espiritual de que nos veremos noutra dimensão?
Ah! Vê se não me desaponte mais,
trabalhe bastante e não chore mais.
Onde já se viu uma italiana
entregar os pontos e pensar para trás?
Leia meus versos, sinta meu cheiro,
saiba que sinto falta da família,
dos amigos, do macarrão do papai e da mamãe...
Hum! O amor é o verdadeiro tempero.
Agora tenho mesmo que ir, prometi não demorar,
pois lá encima uma linda harpa espera:
a minha voz, o meu sorriso, o meu cantar!