sábado, 20 de março de 2010

Recados da Liberdade

Ah, não seja portão para ficar acorrentado e nem pássaro de gaiola. Saiba que ser “bicho solto” tem mais valia do que ficar parado. Balance com aquela velha rede que joga a tristeza para o alto. SOLTE.

Ora bolas! Não se tranque, não se acorrente, machuque de vez em quando a garganta bebendo água gelada, dê um susto na língua engolindo café quente. PROVE.

Tome chuva na rua ou na calçada (a receita é voltar para casa ensopado). Tente andar rápido, mesmo se estiver com a perna dormente e vá até onde a dor não te atormente. Não se deixe tratar como um animal, pois é criatura humana na qualidade de gente. DESAMARRE.

Que tal ser nuvem solta que muda de forma? Ou pássaro na árvore e no fio cantarolando? E mesmo que seja frio, inverno e arrepio, se permita tomar banho de mar ou de rio. MERGULHE.

Nada de ficar trancado em porta retrato porque sorriso forçado não cai bem! Nem ande menos que o próprio sapato, porque a vida lhe oferece a dança e o descompasso. OUSE.

Não se mantenha acorrentado, pois cadeado é palavra que nem existe. ESQUEÇA.

Aprecie a leveza do ouvir e dizer o “sim” mais do que o “não”... “Não” é palavra truncada, é cérebro em negação. O “sim” é o sorriso que vem naturalmente à boca, mesmo que sem juízo. ARRISQUE.

Ah, e não pense em grades, pois elas são apenas sonhos desfeitos. Prefira a janela escancarada para olhar o céu de manhã e madrugada. PULE.

Nada de quadrados, de resolver os problemas dentro de quarto. De lágrimas e pesadelos, os travesseiros estão cheios. SONHE.

Dentro do armário, guarde apenas as suas roupas. Na mente, amizades coloridas e frases soltas. E nada de fazer cara feia para quem te mostra cara bonita, isso não cai bem “na fita”. SIMPLESMENTE NÃO RESISTA.

Quanto à fechadura, utilize apenas a do seu coração, para guardar à sete chaves um antigo amor ou nova paixão. Isso significa maturidade e respeito e não cadeado, corrente, cadeia, prisão... RESPEITE.

Ame de um jeito simples e verdadeiro e não se importe se é coisa de momento ou sentimento passageiro. AME.

Se apresse em “somar pontos” ao dizer o que sente e aí encontrará a liberdade frente à frente. COMPARTILHE.

E reconheça que num mundo de complicação, vale acreditar e amar de verdade apesar de tanta ilusão.

Já dizia certo filósofo: a mente que se abre para uma nova idéia jamais volta ao seu tamanho original. Será? Acredito que sim, quando uma idéia é nova e ORIGINAL dificilmente ela ficará estagnada. Mas, meus caros leitores, quando essa idéia é copiada, nunca a qualidade da cópia é a mesma ou melhor do que a anterior. O nome mesmo já diz “cópia”, que segundo o dicionário de minhas letras conturbadas significada: retirar do que já existe algo que nunca será igual... Peço desculpas ao dicionário Aurélio, pois estou com preguiça de folhear suas páginas pálidas e prefiro não “copiar” o que significa a palavra “cópia.

Exemplos de cópias temos aos montes, mas para resumir vamos as mais conhecidas e globalizadas: O SBT é a copia insistente de todas as idéias da Globo e o resultado disto são as novelas no pior estilo dramalhão que vem do México; as reportagens só trazem o drama como tema e não o enfoque jornalístico em si e os programas e mais programas nem sempre emplacam... Na área gastronômica, temos as “quase” coca-colas de gosto caramelado e açucarado... Na música, milhares de Britney’s Spear’s e Lady’s Gaga’s tentam copiar inutilmente a Rainha do Pop “Madonna”. Na internet, temos o “vilão herói GOOGLE”... Quem nunca copiou mil coisinhas dele daqui e dali para fazer um trabalho de escola ou para bater um papo com a namorada culta? Na área da “compra e venda”, a China reproduz tudo o que o mundo cria e assim nos deparamos com a enchovalhada de mercadorias que nos dão nos nervos: Made in China, alguém já ouviu falar?


E numa bela cidade do interior, conhecida nacionalmente pela tradição da Folia de Reis e seus casarios no melhor estilo neo clássico, de povo hospitaleiro, com forte traço da imigração italiana que teve na Estação Ferroviária a célula mater de seu desenvolvimento surge uma REVISTA de excelente qualidade gráfica e editorial. Refiro-me à REVISTA MUQUI, criada pelo “GRUPO M” que prima por matérias de bom gosto e na valorização dos pequenos e grandes comércios, das atrações turísticas e personalidades que compõem todo o charme de uma cidade que com muito orgulho é vizinha de minha mimosa “Mimoso do Sul”. Escrevo sobre Muqui.

E em Muqui outra revista aparece em cena, também apostando na formatação bonita e pequena... É uma pena e não acho legal copiar a REVISTA MUQUI, onde posso “soltar o verbo” num meio de comunicação ORIGINAL.
E as cópias continuam por aí... Falsos Messias copiam Jesus, lanternas ligadas fingem que é luz e o “ouro de tolo” imita o ouro mas nem sempre reluz...

Ah! Essas Mulheres


Pensei em escrever com leveza e simplicidade sobre as mulheres. Queria muito mesmo que fosse um texto que fluísse de uma forma bem leve, atrativo, enfim feminino...

Uma crônica que fosse comparada com o vôo de um pássaro e gastronomicamente com o degustar de uma gelatina: que descesse leve por nossa goela abaixo.


Mulheres... As mais conhecidas são ao extremo. Ora transloucadas, ora fantásticas: Maria, mãe de Jesus, abnegada; Madonna, Rainha do Pop, mulher do outro Jesus, 69 anos de cantora louca e inteiraça; Madre Tereza de Calcutá, quem nunca ouviu falar?


E as “mulheres mães” comuns e fabulosas, que com a mão na massa nunca deixam o leite entornar, que temperam maravilhosamente bem e esperam os filhos agarradas ao relógio.

Particularmente, as mulheres ao volante são as melhores, as mais hilárias, com exceção, é claro!Querem disputar o espaço com os homens, se dizem cautelosas, mas são medrosas... Estressam-se, fingem ter calma e soltam frases do tipo: “eu nunca bati”! “sou cuidadosa”! “tá com pressa, sai voando”!. O utensílio principal do automóvel, para essas mulheres, é o espelhinho do carro onde passam horas e horas retocando batom, espremendo espinha, tirando pêlos da sombracelha, etc e tal. A alegria maior é quando o sinal está fechado e o trânsito parado. É um tal de pegar celular e ligar para a amiga, olhar as vitrines e colocar música romântica que só vendo!

Entender a alma feminina não é fácil, assim como não é fácil ser mulher... Tal qual a lua, somos cheias de fases, entraves e empasses. Por quantas vezes, quando comemos muito, nos sentimos “redondas” e quando estamos com dor de cotovelo, ficamos “minguantes”. Uma hora, sorriso escancarado, noutra, olhar emburrado. Nem sempre somos as donas do controle remoto e numa roda de homens quase nunca temos razão. Acredito que perdemos à razão quando soltamos nosso gritos estridentes, mas isso é um caso de fonoaudiologia, pois coisa que irrita é grito de mulher, principalmente daqueles desesperados: “ai, olha uma baraaaaaata”!

Mulher não pode entender de futebol, senão é “mulher macho”; não pode entrar na política senão é “pra frente”; não pode tomar a iniciativa no namoro, senão é “safada”; não pode dirigir que é taxada de barbeira; não pode se emperequetar muito, senão é perua; não pode ficar desarrumada, senão é lambona; não pode admirar outra mulher, senão é invejosa... Difícil assim!

Mas a graça ou desgraça de ser mulher é essa mesma: aceitar quem somos, como somos, independente do rosto estar coberto de espinhas ou panqueique para disfarçar. Independente de ser difícil chorar com rímel nos olhos... Ser mulher é se preocupar se absorvente está aparecendo, se a calcinha está marcando ou torta... É corar o rosto quando um caminhão de jogadores está passando e todos gritam simultaneamente: “gostooooooooosa"! Ser mulher é chorar em filmes água com açúcar, é ler receitas de dietas e mesmo errada, teimar que está certa. Ser mulher é escrever sobre coisas de mulheres com o tempo esgotado. Ops,! por falar nisso são 09h00 da manhã tenho horário marcado no Salão Ellegance da Odette, vou me despedir de vocês, leiotres, pois tvou experimentar um novo tipo de escova: creme de chantilly com extrato de sorvete caramelado.

Blá, Blá, Blá de Fim de Ano


Natal: época de paz, harmonia, de contato com a família e reaproximação, mas nem sempre isso acontece, geralmente é consumismo, mesa farta, uns “arrancas rabos” e porres de vinho...

Na televisão, o caro peru comemorativo com o selo “abençoado” da Perdigão. No sofá de casa, alguns falsos caridosos comentam sobre os meninos deitados nas ruas encima de papelão: “Isso é um absurdo! Tanta gente passando fome e a televisão mostrando essa fartura!”.

O comércio sempre fecha tarde e grande parte dos funcionários das lojas sequer experimenta a ceia de Natal, pois chegam aos lares enfastiados de tanto embrulhar presentes que sequer têm forças para desembrulhar os presentes que recebeu. Eles tomam um banho e “puxam um fio” com o DDD: Descansam, Deitam e Dormem. O dingobell’s? Ah! Fica para o próximo ano!

A coisa óbvia das comemorações de fim de ano é que a rolha de champagne certamente vai cair na cabeça de alguém ou estraçalhar um copinho de enfeite (daquele que é objeto de ciúme da mãe ou da avó e só sai do armário de ano em ano). Muitos vão engolir bebida cara, sentir um gosto horrível, mas fazer cara bonita; tantos vão tomar vinho barato e ser feliz a noite toda; uma boa parte vai chorar e sentir a falta de alguém; o neto mais velho vai dedurar que o Papai Noel com o bigode caído é aquele tio chato e gordo do dia a dia; tem gente que vai quebrar nozes atrás da porta e levar esporro da tia (alô, tia Leila).

E as superstições do Ano Novo? Meu Deus! É tanta crendice maluca que nem sei mais em quê ou em quem acreditar... Roupa preta dá azar; usar calcinha vermelha é bom para atrair (ou quem sabe trair) o namorado; sete pulinhos na água garantem uma vida equilibrada (mas, por favor, não pule se estiver bêbado porque o desequilíbrio é certo). E os presentes para Iemanjá? (eu não sabia que a “Rainha do Mar” usava pulseira de ouro). E a tal história de que comer galinha em dia de Ano Novo faz com que o sujeito ande para trás financeiramente falando, pois é, disseram que só podemos comer bicho que anda pra frente e não bicho que “cisca” pra trás. Ai, Jesus!

E na fartura toda, não pode faltar a lentilha: sinônimo de prosperidade! Tadinha dela, sempre tão procurada no fim de ano e esquecida nas outras ocasiões. E a rabanada? É recorde de obesidade. Ninguém come apenas uma e por mais que esteja bem feita, alguém sempre vai reclamar que está encharcada de gordura e entupindo as veias da família e do coração.

E por aí vai... A janta do Natal vai se transformar no almoço do outro dia. O “rei” Roberto Carlos com o mesmo cabelo esticado e trejeito de “quero ser malandro, mas não sou” vai estar na Globo e vamos confessar: sem tantas “EMOÇÔES”. A XUXA também. O “ESPECIAL” do melhores cantores (lixo comercial) vai pintar na tela com o pior do Playback. O Faustão com a gravatinha borboleta à la garçom vai anunciar que logo logo meia noite vai chegar ... E a sétima arte com os filmes “Esqueceram de Mim” 1, 2, 3 em clima de inverno sendo passado pela milésima vez em nosso país (orgulhosamente país tropical).

Agora, meu caro leitor, se neste fim de ano, você quiser ganhar uma grana extra, vá, desde já, se especializando em astrologia e numerologia, porque o que esse povo tá ganhando em dinheiro para “acertar” a sorte dos outros não é brinquedo... Em todos os canais de TV e revistas do mundo só se fala disso: galho de arruda atrás da porta é bom pra blá, blá, blá; moeda de um centavo na carteira traz blá, blá, blá; mastigar romã pode blá, blá, blá; olhar para o espelho e dizer que é uma pessoa nova vai te fazer blá, blá, blá...

É meu caro, lá vai um conselho de besta: cai nessa não! Trabalhar e lutar para que as coisas dêem certo em sua vida é coisa que tem mais valia que perder tempo com futilidades. Opa! E por falar em futilidade, tá na hora de ir embora, já é quase meia noite, os fogos de artifício estão explodindo e dizem “que dá azar” passar o Ano Novo digitando (ainda mais de roupa preta, de blusa do lado avesso e com o quarto desarrumado). Vou é pra beiradinha da praia, quem sabe eu dê a sorte de “catar” uma pulseira de ouro da Iemanjá...