terça-feira, 29 de julho de 2008

PELO AVESSO


Sentimento pelo avesso
O fim antes do começo
Livro de palavras mudas
E letras que me deixam desnuda

O que me faz olhar de frente
São as folhas de trás para frente
É a abelha fazendo o mel
Meu inferno oculto no céu

Não perdi o elo do sorriso
Tampouco a falta de senso ou juízo
Rabisquei um mundo de anotações
Em linhas tortas que seriam canções

Eu só escrevo e não movo “uma palha”
Será que apenas afio a navalha?
Cortando o pescoço na lâmina do desprezo
Sublinhando os meus medos que desconheço

As folhas caem e o outono desaparece
As estações mudam, o calor não aquece
Observo, de longe, o raio de sol que teima em sair
E agradeço as nuvens que o querem cobrir

4 comentários:

Marcelo Grillo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Acabei imaginando você de um jeito, bem sem querer, com aquele rosto de desalento. Uma mão no rosto, apoio único, e a outra perdida, procurando aconchego. O olhar, longe, marejado e desatento.

Paixão, M. disse...

Tem vezes que tudo que a gente quer é um dia nublado. Sol ofusca a visão. Outono pra mim é de uma clareza tão calma.

Ando lendo Neruda, e ele tem me lembrado você. Fala de abelhas, e outono. Adora amarelo :)

Lindos seus versos, Rê!

beijão

Anônimo disse...

essa poesia ta linda eu li ela e linda como todas elas


bjs


luyla
data:19/09/2008