Sentimento pelo avesso
O fim antes do começo
Livro de palavras mudas
E letras que me deixam desnuda
O que me faz olhar de frente
São as folhas de trás para frente
É a abelha fazendo o mel
Meu inferno oculto no céu
Não perdi o elo do sorriso
Tampouco a falta de senso ou juízo
Rabisquei um mundo de anotações
Em linhas tortas que seriam canções
Eu só escrevo e não movo “uma palha”
Será que apenas afio a navalha?
Cortando o pescoço na lâmina do desprezo
Sublinhando os meus medos que desconheço
As folhas caem e o outono desaparece
As estações mudam, o calor não aquece
Observo, de longe, o raio de sol que teima em sair
E agradeço as nuvens que o querem cobrir
4 comentários:
Acabei imaginando você de um jeito, bem sem querer, com aquele rosto de desalento. Uma mão no rosto, apoio único, e a outra perdida, procurando aconchego. O olhar, longe, marejado e desatento.
Tem vezes que tudo que a gente quer é um dia nublado. Sol ofusca a visão. Outono pra mim é de uma clareza tão calma.
Ando lendo Neruda, e ele tem me lembrado você. Fala de abelhas, e outono. Adora amarelo :)
Lindos seus versos, Rê!
beijão
essa poesia ta linda eu li ela e linda como todas elas
bjs
luyla
data:19/09/2008
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