Ele acorda de um sono tranqüilo, a cabeça não pesa, pois não é homem de ambições ou prisões capitalistas.
Levanta e se admira com o cantar do pássaro. Será que o comedor de alpiste de sua residência sabe entoar a paródia Meu Pequeno Cachoeiro?. Pelo intenso calor daquele dia, ouso dizer que sim.
O pássaro canta e Seu Nelson faz trova. Lucila, sua companheira de tantos anos, sorri e no amor se renova.
Ele faz uma pilhéria, um gracejo qualquer... E guarda suas trovas românticas onde ela possa se surpreender: embaixo do prato, dentro do sapato, no meio das rosas. Nelson Sylvan: perfeito amante em versos e prosas!
À noite, ele sonha com o monólito Itabira e com o Frade e a Freira.
De dia, admira as crianças com suas mochilas pesadas e as gritarias tão corriqueiras.
O Decano dos Trovadores se orgulha de nunca ter sentido dores e responde ironicamente a Cláudia Sabadini: “a hospital eu nunca foi, nem nunca senti nada”. E pensa: aposto que você, menina tão nova, já deve ter ficado algumas vezes hospitalizada.
Seu Nelson, exemplo de reserva moral e cultural de Cachoeiro de Itapemirim conversas “horas a fio”, pelo fio do telefone com o amigo Athayr Cagnin.
“Nelson Sylvan, Sempre e Sempre”, já dizia Higner Mansur em sua admiração pelo jovem de 97 anos... Sempre feliz com a vida, apesar de ela ser repleta de tantos desenganos.
Político militante, hoje observador mordaz, se identifica com o Integralismo: movimento político que participou tempos atrás.
Foi contemporâneo e companheiro de Rubem e Newton Braga. Quando adulto, no Centro Operário, suas pernas na incansável lida, subiam e desciam as escadas.
Lutou e luta pelos ideais ao qual se dedica por toda a sua trajetória e na Academia Cachoeirense de Letras vai fazendo a sua história.
Com um toque suave e sadio de comicidade, ele escreve sobre o calor infernal da cidade.
Nelson Sylvan, eternamente modelo de vida e exemplo de um homem de verdade.
Um comentário:
Merecidíssimo!
Ele, uma flor de pessoa, alma linda e ímpar... deixa saudades!!
Postar um comentário