Bastava ele aprontar e todos já sabiam: algum castigo iria receber! As opções de sofrimento eram quatro: o belisco fininho da mãe; o chinelada Rider do pai; esconder-se embaixo da cama (correndo o risco de apanhar em dobro) ou fugir. Definitivamente, deixar de aprontar não pertencia ao mundo maluco do moleque com a cabeça nas nuvens.
E encurralado, fazendo cara de anjo, ele acabava por escolher a mais materna e “acolhedora” das opções: belisco fininho da mamãe. E tudo era quase um ritual. A mãe mordia a boca de nervoso, prendia os pés do guri entre seus pés e tome beliscos. Voltando no tempo e tirando o ritmo do texto, lembro que certa vez o acompanhei para tomar vacina e a enfermeira disse para acalmá-lo: dói nada não, é igual um belisquinho. Pronto, bastaram apenas essas palavras para que carregasse pela vida inteira verdadeiro pavor de injeção.
As chineladas do pai? Foi somente uma vez que presenciei tal cena. Antes, porém, que eu tivesse pena, o garoto confessou, entre dentes, que apanhou pouco pelo tanto que fez. Sim, apanhou pouco, mas o suficiente para lembrar, com detalhes, da palmada oca do Rider “novinho em folha”. E nem havia preparação ou ritual: o pai varejava o “instrumento de tortura” de onde estivesse. De perto, doía, de longe, ardia...
Hoje o garoto cresceu e seus medos são outros, pois assim como as pessoas, as coisas também mudam. O pai não usa mais Rider; a mãe, por conta da tendinite, nem tem habilidade, seja para fazer crochê ou beliscar... A cama ficou pequena e não cabe um grandalhão embaixo dela e fugir já não faz sentido, ele é bicho solto querendo retornar ao ninho.
E encurralado, fazendo cara de anjo, ele acabava por escolher a mais materna e “acolhedora” das opções: belisco fininho da mamãe. E tudo era quase um ritual. A mãe mordia a boca de nervoso, prendia os pés do guri entre seus pés e tome beliscos. Voltando no tempo e tirando o ritmo do texto, lembro que certa vez o acompanhei para tomar vacina e a enfermeira disse para acalmá-lo: dói nada não, é igual um belisquinho. Pronto, bastaram apenas essas palavras para que carregasse pela vida inteira verdadeiro pavor de injeção.
As chineladas do pai? Foi somente uma vez que presenciei tal cena. Antes, porém, que eu tivesse pena, o garoto confessou, entre dentes, que apanhou pouco pelo tanto que fez. Sim, apanhou pouco, mas o suficiente para lembrar, com detalhes, da palmada oca do Rider “novinho em folha”. E nem havia preparação ou ritual: o pai varejava o “instrumento de tortura” de onde estivesse. De perto, doía, de longe, ardia...
Hoje o garoto cresceu e seus medos são outros, pois assim como as pessoas, as coisas também mudam. O pai não usa mais Rider; a mãe, por conta da tendinite, nem tem habilidade, seja para fazer crochê ou beliscar... A cama ficou pequena e não cabe um grandalhão embaixo dela e fugir já não faz sentido, ele é bicho solto querendo retornar ao ninho.
Hoje o pior castigo é o silêncio.
Um comentário:
Te amo! =)
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