quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Sopa de Letrinhas




Quando eu era pequena
Do tamanho de um botão
A minha mãe sempre dizia
Coma arroz e feijão

E eu fui para o Jardim
Ainda pequenininha
E lá eu conheci
A famosa Sopa de Letrinhas

No prato de alumínio
Do Jardim de Infância
As letras se juntavam
No meu mundo de criança

“Faz crescer, vai ficar forte, uma ótima comida”
Eu cresci, fiquei forte e aguento mesmo os esbarros da vida

Uniforme branco das merendeiras
A gangorra e brincadeiras
O Jardim é o mesmo a encantar
E o sino continua a tocar

Tanta coisa passou, tanta coisa aconteceu
E a criança que existe em mim não morreu

Sopa de Letrinhas tinha cheiro de carinho
De professora atenciosa (oh tia Rosa!)
De caderninho

Sopa de letrinhas
Tirou os números de minha vida
Trouxe a prosa e a poesia

Sopa de letrinhas
Não me lembram as teclas de um computador
E sim os lápis e o apontador

Faber Castell, Papai Noel
Festa da escola, Dia das Mães
E a Sopa de Letrinhas sempre presente
No Jardim de Infância Corina Bicalho Guimarães

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