Estudiosos hão de afirmar: a Lei da Recompensa é a única que, efetivamente, funciona nesse país burocrático. Ela não depende de papéis, dinheiro, contas bancárias, processos civis ou dolosos. É uma Lei puramente infantil (não da Vara da Infância e Adolescência), mas criada, adotada e vigorada por pessoas um tanto quanto mimadas e pirracentas.
Acredito que ela (a lei) comece a vigorar desde a infância, quando, aos cinco ou seis anos, o moleque só empresta a bola de futebol se puder entrar no jogo. Ou a menina só entrega a boneca se puder brincar de casinha com as amigas.
Com o passar do tempo, a Lei vai se intensificando: - “Me dá um beijo que te trato bem! Esteja sempre ao meu dispor que puxarei seu saco! Não se apaixone por ninguém, senão jamais serei o mesmo!”.
Pela vida afora, involuntariamente, vamos conhecendo gente assim... Uns se vestem na pele de cordeiro e no início são flores ao “preparar o terreno” e tentar conquistar o outro com presentes e sorrisos.
Depois, quando percebem que o seu “objeto de desejo” não está com a mínima disposição de cair na rede, essas pessoas vão se trancando no silencio, no desprezo ou na chantagem com o intuito de “se aparecer” em caras truncadas. E indagam: -“O que aconteceu que meu brinquedinho que eu tanto queria não funciona mais?”
Já me senti personagem dessa patética peça de teatro, já fui o objeto desejado... Hoje fico só na plateia e sempre que alguém senta ao meu lado e me oferece algo a mais do que posso e quero retribuir, logo agradeço e respondo com firmeza: - “Não quero! Não posso! Não vou e... não dou!”.
A lei da recompensa do amor é tão somente a liberdade e eu não sou objeto de troca.
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